Crise Social em Madrid: Centenas de Pessoas Dormem no Aeroporto em Meio a Insegurança e Furtos.
Recentemente, o Aeroporto Adolfo Suárez Madrid-Barajas tem enfrentado um aumento significativo no número de pessoas sem-abrigo que pernoitam em suas instalações. De acordo com um relatório da Alternativa Sindical Aena Enaire (ASAE), o número de indivíduos dormindo no aeroporto aumentou de aproximadamente 40, há uma década, para cerca de 500 atualmente. Este crescimento exponencial tem gerado preocupações tanto para as autoridades aeroportuárias quanto para os passageiros.
Gabriel López, um jovem colombiano de 23 anos, relata que vive na Terminal 4 (T4) do aeroporto há quase um ano. Ele destaca as dificuldades enfrentadas, como a iluminação constante que impede um sono adequado e a presença crescente de indivíduos considerados perigosos. "Aqui, a noite é uma mentira, sempre é dia", comenta López. Além disso, ele observa que a convivência com pessoas envolvidas em atividades ilícitas tornou o ambiente mais inseguro. "Vejo cada vez mais gente perigosa", acrescenta.
A situação também afeta os funcionários do aeroporto. Um empregado da AENA, que preferiu não se identificar, mencionou que os trabalhadores do turno noturno enfrentam "ansiedade e estresse" devido ao aumento da população sem-abrigo nas instalações. "Antes era um problema, agora é um problemão", desabafa o funcionário, enfatizando a necessidade de medidas mais eficazes para lidar com a situação.
Além das dificuldades relacionadas ao espaço e à segurança, há relatos de incidentes de furto. Durante uma entrevista, ocorreu o roubo de um telemóvel corporativo de uma funcionária de uma loja de mochilas por um indivíduo que já havia cometido outro furto no mesmo dia. A funcionária optou por não apresentar queixa, temendo represálias futuras.
A ASAE alerta que a expectativa é de que o número de pessoas sem-abrigo no aeroporto continue a aumentar, agravando os desafios já existentes. A organização destaca a necessidade de uma intervenção coordenada entre as autoridades aeroportuárias, municipais e organizações sociais para fornecer soluções habitacionais dignas e apoio adequado a essas pessoas, além de garantir a segurança e o bem-estar de todos os frequentadores do aeroporto.